Feriado de primeiro de Maio de 2012, oba! Feriado
prolongado. Para muitos sim, para muitos não.
Sábado 28 de Abril, estou chegando a São Paulo.
Passei no shopping metro tatuapé.
Nossa
quanta diferença daquele tempo em que todas as manhãs e noites eu estava aqui
indo e vindo de metro e onibus, entre casa, trabalho, faculdade, casa,
trabalho, faculdade. Ah, mas havia tempo para mais: Lembrei-me dos domingos
pela manhã, quando ainda não conhecia o "ter que trabalhar de fim de
semana"; quantas vezes íamos a feira da Praça da República. Será que hoje
ainda tem essa feira?
Naquela época a vida era mais simples e mais
tranquila.
O número de pessoas aumentou muito desde então.
Tudo está conectado a tecnologia com seus diversos terminais eletrônicos para
recarregar bilhetes, telefones. Todos andam conectados e desconectados ao mesmo
tempo.
Seria eu parte dos conectados ou dos desconectados?
Definitivamente, estava alí, me enganando ao pensar que fui passar o feriado
com a família. Fui imediatamente redirecionada ao meu objetivo, apesar de não
querer. "tinha" trabalho a fazer.
Chegar em casa onde minhas duas sobrinhas e
afilhadas, com seus 3 e 7 anos de idade; não sabem o que é isso e fazê-las
entender que estava ali, mas não podia brincar, não podia assistir filme ou
sair e sim ficar trancada no quarto trabalhando me remeteu a um tempo mais
passado, quando minha mãe e meu pai ainda eram vivos e por vezes me vi fazendo
o mesmo. Quando não era trabalho era estudo.
Lembrei-me de minha irmã Rita comentar: "Se
você tem outras coisas para fazer por que vem pra cá? Você tem que vir pra cá
pra ficar com a familia e não ficar reclamando de barulho, nervosa, sem dar
atenção aos outros por que tem que, tem que, tem que..."
Ah...como me deprime o "tem que". Contudo
não sei se e quando vou conseguir parar.
Neste momento olhando o rosto da minha afilhada
Lethicia que me veio com todo cuidado pra falar que o dente da frente estava
mole. Perguntei dos outros, afinal não vira cair nenhum e ela me disse que ja
trocara os dois de baixo.
Mais uma vez, parei. Nem isso eu vi. Onde estava
afinal?
Hoje me dei conta do quanto perdi na última década
e nos últimos anos.
Mãe, Pai, eles se foram; e busco por lembranças de
momentos, quando me dou conta de que pouco falamos, pouco fizemos nos últimos
anos de suas vidas.
Lembro-me sempre do meu irmão Carlos que no
hospital, dias antes de falecer olhou para mim e disse: "Olha que você também
está ficando velha"
Apesar de sempre tentar aproveitar um pouco do
pouco tempo entre um trabalho e outro, uma viagem e outra. Apesar de aos poucos
fazer muitas coisas que já demorei muito tempo, como escrever, lançar meus
livros, conhecer outros paises, saltar de pára-quedas. Apesar de ter alguns
bons e sinceros amigos com quem sei que sempre poderei contar.
Apesar de tudo isso vejo a vida passar, "tendo
que".
Hoje olho para traz e uma única coisa me faz
repensar tudo. É o fato de ter deixado passar momentos puros e únicos que não
voltam mais. Linhas de histórias que poderia ter vivido e não vivi.
Hoje meu conselho para você que leu até aqui, é que
sempre, sempre aproveite cada minuto. Procure estar de corpo e alma presentes.
Estou lutando para fazer o mesmo, no lançamento do
segundo livro vivi momentos únicos que são parte da minha história. Demorei
muito confesso, mas logo poderei contar a vocês o que mais consegui mudar nessa
vida louca que somos forçados a viver entre trabalho, trabalho,
trabalho...algum lazer e um pouco de família.
Que tenhamos uma boa vida e possamos nos falar em
breve sobre nossas conquistas.
Não espere, faça.
Eu estou fazendo o mesmo!